quarta-feira, 28 de março de 2012

RITOS DE ADMISSÃO E PRIMEIRAS PROMESSAS NA ORDEM

PALAVRAS DO FORMADOR AO FINAL DA SANTA MISSA – CAMARAGIBE – 11-3-12 –

Depois dos agradecimentos devidos, devo dizer ainda uma palavrinha neste final.
Que importantes momentos vivemos hoje neste Carmelo de Camaragibe!
Também nosso Retiro ontem, orientado pelo querido frei Wilson, Delegado Provincial para a Ordem Teresiana Secular no Norte e Nordeste. Foram momentos inesquecíveis, sem dúvida.

É isto! Estamos aqui por nos sentirmos chamados por Deus, pode ser até que um ou outro diga: foi fulano que me convidou, ou, soube por acaso na missa tal, etc. Tudo bem, isso pode ter acontecido, mas como circunstâncias instrumentais da Providência Divina, de uma graça interior que já nos trabalhava na intimidade. E assim aportamos às praias junto ao Monte Carmelo... e dos carmelitas, de quem recebemos a Regra do Carmelo.
Tudo o que já vivemos tiramos já lições de nossa Regra e das Constituições dos Carmelitas Descalços Seculares:  nos dizem para ir ao essencial da vida cristã. Eu arriscaria dizer que o Carmelo é bem isto: encontrar e viver o essencial da vida cristã – e orientar nossa vida a partir desse eixo maior encontrado ao redor do qual tudo adquire luz e cor.

A Regra do Carmelo nos indica algumas pistas para buscarmos esse núcleo fontal salvífico. Digo apenas três pistas e três conselhos.
1ª pista – No meio de um mundo perdido de modelos claros, “viver em obséquio de Jesus Cristo”, ter Jesus como modelo maior de nossas vidas. Seguir Jesus como verdadeiros discípulos.
2ª pista – Nos pede para dedicarmos diariamente um tempo para uma leitura orante da Bíblia, sobretudo os Evangelhos, na sua expressão, “meditando dia e noite a Palavra de Deus”, quer dizer, mantermos uma abertura a Deus, ao transcendente, a escuta de Deus.
3ª pista – No coração da Regra encontra-se o coração da Bíblia, viver conforme a Regra de Ouro – quer dizer, conforme o ‘Shemá, Israel’ (Ouve, ó Israel), do Antigo Testamento, ampliado por Jesus no Sermão da Montanha: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo; e amar como Jesus amou!

E três conselhos práticos:
            1. Se seguirmos a pregação do Apóstolo Paulo não erraremos o Caminho.
            2. Viver tudo isso em comunidade cristã, aberta ao mundo, como viviam os cristãos nos tempos apostólicos e é relatado no Novo Testamento.
            3. Viver em comunhão eclesial, com o nosso Papa Bento XVI, nosso bispo Dom Fernando, nossos superiores da Ordem Descalça, frei Afonso - Provincial, frei Wilson – nosso Delegado Provincial, nossos irmãos das Comunidades e Grupos espalhados por todo esse Brasil e pelo mundo. No concreto, viver em comunidade cristã carmelitana a partir daqui de Camaragibe, a partir deste grupo de irmãos que o Senhor congregou.

Nossas tradições católicas e carmelitanas acentuam ainda:
1 – Tomar a Virgem Maria como modelo.
2 – Andar no caminho de perfeição pelas trilhas propostas por nossa mãe espiritual, Santa Teresa d’Ávila que nos ensina “a oração como um trato de amizade com Aquele que sabemos que nos ama”. Viver no Senhor essa relação de amizade. E outras trilhas complementares, outros escritos, como em São João da Cruz, Santa Teresa de Lisieux e tantos santos da Ordem.

Em tudo isso que é nossa vocação– no exercício de subir esse Monte Carmelo, que é o Cristo Jesus– descubramos aí a nossa missão, talvez, a primeira, num mundo que afasta-se de Deus em grande velocidade, muitas vezes desprezando os verdadeiros valores, e até quer – de modo determinado e orquestradamente - dar as costas a Deus. Num mundo assim, assumamos a missão de viver e testemunhar a primazia de Deus sobre tudo; e difundir o seu Reino de amor, justiça e paz em cada âmbito da sociedade, a começar ao redor de nós, assim, como discípulos e missionários do Deus “que é só amor e misericórdia”.
Que assim seja! E que Santa Teresinha – padroeira universal dos missionários - nos ajude nessa missão.
Gustavo Graciano de Santa Teresa de Jesus

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